Coletivo Espaço Marxista
A recente invasão policial à Escola Nacional Florestan Fernandes, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em Guararema- SP, no dia 04/ 10, é um claro sintoma de algo que temos denunciado: a escalada da repressão fascista aos movimentos sociais, em sintonia com a ofensiva de direita internacional. O golpe orquestrado no Brasil, que colocou no poder a camarilha de Michel Temer, faz parte dessa ofensiva.
Contra os movimentos sociais são usadas todas as armas: a mídia (apesar da popularização da internet, os velhos e reacionários grupos midiáticos, liderados por oligarquias -Abril, Organizações Globo, Folha- continuam com enorme poder de manipulação da opinião pública), a polícia (do que é exemplo a citada invasão à ENFF), o Judiciário e o Ministério Público (que utilizam o direito penal e processual penal como evidente instrumento de repressão, sem disfarçar seu caráter de classe) e as formas legislativas clássicas, com a edição de leis de exceção, como a famigerada 13.260/2016, a "lei do terrorismo" imposta pela repressão internacional e sancionada por Dilma Rousseff, cujo caráter "aberto" e confuso foi deliberamente planjeado para permitir seu uso contra as lutas populares e sociais.
Tratar a luta dos trabalhadores e dos estudantes, da cidade ou do campo, como "caso de polícia", é prova do profundo reacionarismo de nossos tempos. Como diz o Manifesto Comunista, a história das sociedades é a história da luta de classes. Os grupos dominantes não admitem que os oprimidos reivindiquem seus direitos e lutem por melhorias em suas vidas. Pelo contrário, fazem o possível para que a exploração seja cada vez mais aguda, extraindo o máximo possível das energias dos trabalhadores. Nos tempos atuais, em particular, temos apontado que as classes dominantes ainda tentam se recuperar da crise capitalista mundial de final dos anos 2000, e para isso jogam a conta nas costas dos povos pobres do mundo. Portanto, o que puderem retirar de direitos e gastos sociais, retirarão, em todas as partes do planeta- taí no Brasil a PEC 241 (agora 55, no Senado) que não nos deixa mentir.
Os participantes e amigos do Espaço Marxista deixam aqui, portanto, registrada nossa mais profunda solidariedade ao MST e o nosso repúdio ao Estado Policial de nossos tempos. E como temos feito, conclamamos a uma ampla unidade de ação entre todas as forças populares, progressistas e de esquerda, para que possamos resistir à ofensiva reacionária, unidade esta que, como nunca, se mostra cada vez mais urgente e necessária.