Coletivo Espaço Marxista
Já há algum tempo, nos círculos jurídicos, se fala na extinção da Justiça do Trabalho no Brasil. Seria um ramo obsoleto do Judiciário, que deveria dar lugar a formas mais dinâmicas e modernas de solução de litígios trabalhistas, sem a interferência estatal que há hoje. Tal discurso pelo esvaziamento ou pelo próprio fim da Justiça Laboral surge de diversas formas, por exemplo no programa de candidatura de Marina Silva à presidência da República em 2014, segundo o qual "a Justiça do Trabalho se limitaria à nova função de arbitragem pública", ou nos cortes orçamentários nas verbas destinadas ao setor, como se vê no relatório do deputado Ricardo Barros (PP/PR) para a lei orçamentária de 2016, onde é proposto para a Justiça do Trabalho "o cancelamento de 50% das dotações para custeio e 90% dos recursos destinados para investimentos" (vide aqui). E não esqueçamos que nas discussões legislativas ao longo dos anos 90-00 que culminaram na dita "Reforma do Judiciário" (Emenda Constitucional 45/ 04) o fim da Justiça do Trabalho chegou a ser proposto abertamente.