Abaixo publicamos entrevista com Assad, concedida em Damasco a canal chinês. Nela o líder sírio denuncia a ofensiva midiática imperialista contra o regime, bem como o apoio das monarquistas absolutistas da Arábia Saudita e do Catar, e da Turquia (membro da OTAN), às organizações jihadistas que devastam o país. Também frisa que não há "guerra civil" como equivocada (e dolosamente) é divulgado, e sim uma agressão terrorista apoiada por países inimigos interessados na queda do governo. Elogia, por fim, o papel da Rússia e da China, na busca pela solução pacífica do conflito e por servirem de contraponto ao bloco ianque-europeu.
Nós do blog Espaço Marxista estamos do lado do mandatário sírio. Em que pese termos ciência de que o regime assadista está longe de ser elemento propulsor para a construção de um "socialismo sírio", ainda assim tem traços progressistas que apenas os esquerdistas infantis pequeno-burgueses são incapazes de perceber. Além da laicidade do país -diferentemente das reacionárias monarquias teocráticas da região-, mantém um forte caráter nacionalista, anti-imperialista e anti-sionista, identificando-se, ainda que de forma diluída, com a tradicional linha Baath e pan-arabista. Em sentido oposto, a queda de Assad significaria a pilhagem e a partilha do país pelas potências da OTAN, e, não bastasse, a Síria estaria assolada de alto a baixo pelo reacionário jihadismo de organizações wahhabistas como o ISIS e Frente al-Nusra.