Os informes militares a seguir falam do estágio atual da guerra síria, em especial do intento cada vez mais explícito da Turquia, do reacionário Erdogan e membro da OTAN, de invadir o país. Nós do blog Espaço Marxista reafirmamos nosso apoio ao bloco Assad- Putin- eixo xiita (Irã, Hezbollah e milícias populares) contra tais abutres, e deploramos a postura da esquerda pós-moderna pequeno-burguesa que está alinhada com os mercenários do Exército "Livre" Sírio da CIA.
Informe militar: Síria, 21/ 01/ 16- a Turquia se prepara para a invasão
Em 20/ 01, aviões russos realizaram 16 ataques aéreos na Síria -restritos às regiões de Latakia e Deir ez-Zor em razão do mau tempo- e destruíram 57 alvos terroristas. A Força Aérea russa destruiu um acampamento mantido pelo ISIS em Deir ez-Zor, incluindo vários lança-foguetes, artilharia e combustível armazenado. Além disso, foram alvejados as posições de artilharia e um depósito de combustível dos terroristas nas vizinhanças do vilarejo de Bgelia.
Um campo de treinamento do ISIS (incluindo seu posto de comando e acampamentos nas vizinhanças do vilarejo de Mreya em Deir ez-Zor) também foi destruído. Paralelamente, os aviões russos atacaram os terroristas próximo a Jabal al-Akrad, enquanto fugiam de Latakia sob a investida do Exército Árabe Sírio [as forças do governo sírio, N.T.].
Crescem os indícios de que a Turquia esteja preparando uma invasão terrestre à Síria. Os turcos estão determinados a criar uma "zona tampão" ao longo da fronteira turco-síria. Está claro que Erdogan precisa de tal zona para defender as rotas de suprimentos dos grupos terroristas apoiados por Ankara [capital turca, N.T.] e o contrabando de petróleo. Isso também impediria o YPG (Unidades de Proteção do Povo Curdo) de se expandir para o lado ocidental.
No que pode ser sinal desse objetivo, veículos anti-minas turcos começaram a limpar a área de fronteira próxima à cidade síria de Jarabulus, controlado pelo ISIS. A Turquia também estabeleceu postos de artilharia ao longo da fronteira. Oficialmente, a razão para isso é ajudar seus aliados contra o ISIS, mas em verdade trata-se de uma movimentação objetivando a dita "zona tampão" no norte da Síria. O que impede a Turquia de uma invasão em larga escala é a possível resposta militar russa, bem como a recusa dos EUA de apoiar tal escolha arriscada.
Ainda assim, a Turquia pode decidir levar adiante sua operação. Contudo, o Exército Árabe Sírio apoiado pela Força Aérea russa continua a ganhar terreno em Latakia e Aleppo. Ao mesmo tempo, o YPG curdo está avançando a oeste rumo à cidade de Manbij, controlada pelo ISIS. Todos esses movimentos diminuem as expectativas da aliança regional anti-Assad (Turquia, Arábia Saudita, Qatar) no conflito sírio.