sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Até os jihadistas da al-Nusra sabem: não existe oposição moderada na Síria


O texto abaixo foi extraído aqui, versando sobre a crise síria- especificamente, sobre o mito do Exército "Livre" Sírio, a soldo do Ocidente, e cujos combatentes têm há muito engrossado as fileiras do jihadismo wahhabista, como o jornalista Robert Fisk já falara aqui.

Um dos braços mais radicais da al-Qaeda assegura que o Exército Livre Sírio se desintegrou

O grupo terrorista Frente al-Nusra [Jabhat al-Nusra], considerado o braço mais radical da al-Qaeda, afirmou que na Síria não existe o que a mídia ocidental chama de "oposição moderada".

O líder da al-Nusra, Abu Mohammad al-Yulani, assegurou que os membros do Exército Livre Sírio (ELS), composto por mercenários que lutam para a saída de Bashar al-Assad, se desintegrou e tem se somado às fileiras dos grupos terroristas. A Frente al-Nusra e o ELS têm colaborado mutuamente há anos.

O ELS tem se juntado aos combatentes do autodenominado Estado Islâmico [EI, ISIS, Daesh], um dos grupos mais radicais que controlam diversas localidades da Síria, ou ao "Exército da Conquista", controlado pela al-Nusra.

Segundo o Primeiro Ministro britânico, David Cameron, mais de setenta mil pessoas integram a suposta "oposição moderada", qualificação dada pela direita internacional, especificamente o governo dos Estados Unidos.

Enquanto isso, o Jaish al-Fatah [Yeish al-Fateh], o "Exércido da Conquista", uma coalização de grupos terroristas liderada pela Frente al-Nusra e pela Ahrar al-Sham, tem pensado em implantar a lei da Sharia no norte da Síria, em Alepo, onde mantém o controle.

Dados

A lei da Sharia corresponde a um código de conduta dentro dos valores do Islã, mas que pode adotar caráter extremista conforme a interpretação dada, podendo chegar a converter-se em um sistema judicial.

O contexto

- O Exército Livre Sírio- ELS tem sido acusado pelo governo sírio de ser composto em sua maioria por turcos, para através das armas exigir a saída forçada do presidente do país, Bashar al-Assad.

- Os EUA, que lideram a coalização com diferentes países da OTAN, tem fornecido recursos financeiros para a suposta "oposição moderada" na Síria, tendo o último aporte solicitado pelo presidente Barack Obama ao Congresso de seu país sido no montante de 116 milhões de dólares.

- O presidente da Síria, Bashar al-Assad, assegurou à agência EFE que está disposto a negociar com a oposição, mas deixou claro que não o faria com membros de organizações extremistas e mercenárias, que têm contribuído de forma negativa para a crise no país que teve início em 2011.

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