domingo, 13 de dezembro de 2015

Aprender com as derrotas


O texto abaixo foi extraído do sítio do PSUV, Partido Socialista Unido de Venezuela (original aqui), e busca, no esteio da recente derrota do campo popular de esquerda nas eleições parlamentares venezuelanas de 6 de dezembro de 2015, relembrar os comentários de Chávez acerca de outro insucesso eleitoral- o plebiscito para reforma constitucional de 2 de dezembro de 2007. A lição é a da necessidade de crítica e autocrítica, não se podendo cair no pessimismo mas, ao contrário, corrigir os erros e aprofundar os acertos.

Como marxistas, entendemos que pleitos eleitorais nos marcos do institucionalismo não são bom critério para avaliar o apoio popular e o grau de acerto de dado projeto político, haja vista as características inerentes ao legalismo burguês (limitações próprias do sistema, influência do poder econômico -internacional inclusive-, campanhas midiáticas etc.). Escolher o eleitoralismo como via principal é um grande erro. Todavia, também a disputa eleitoral tem sua relevância, e consequentemente há que estudá-la e aprender com ela.

O comandante Chávez chamava a aprender com as derrotas para fortalecer a Revolução

Em 6 de janeiro de 2008, após a primeira derrota eleitoral sofrida pela Revolução Bolivariana no referendo sobre a reforma constitucional, durante o [programa de rádio e tevê] "Alô Presidente" nº 299, o comandante Hugo Chávez refletiu sobre a importância que se deve dar a uma derrota eleitoral para ajudar a fortalecer o projeto político socialista e reconduzi-lo ao caminho da vitória.

Ao invés de se sentir desmoralizado e derrotado, após uma derrota eleitoral se requer "mais força moral, mais mística revolucionária, maior capacidade de consciência e organização popular, maior vontade do Governo, do povo, das instituições da Revolução", asseverou o líder bolivariano.

Para o êxito na Revolução Bolivariana ou em qualquer outra, Hugo Chávez exortava ao impulsionamento diário da capacitação e organização popular; "e eu diria mais, dos valores (...) Trata-se de criar os valores humanos, fortalecê-los, de batalhar em todos os espaços contra os velhos e desviados valores, melhor dizendo, anti-valores do capitalismo".

Por isso, chamava prioritariamente ao impulsionamento da "revisão, retificação e reimpulso", os 3R.

"Vamos revisar tudo, eu comecei a revisar muito e a mim mesmo. O gabinete, as medidas, os programas, o que temos feito", dizia o comandante.

Como produto dessa revisão, era preciso realizar a retificação, aprofundando o sentido das palavras e do verdadeiro projeto político "para que não fiquemos apenas na intenção".

Por meio dessa retificação, determinar o que está bem e o que não está, para logo dar um reimpulso "em todos os níveis e espaços"- do Governo às bases populares, dos programas sociais aos planos.

O 2 de dezembro de 2007 foi um episódio classificado pelo comandante Chávez como uma grande lição que deveria ser analisada e lida a fundo, "para que se possa aprender bem essa lição".

Desde então, convocou toda a militância bolivariana para continuar a "aprofundar o avanço rumo à construção da pátria socialista e do socialismo bolivariano".

Destacava que a Revolução devia seguir marchando sobre esforços e resultados permanentes e as "obras, gestão governamental e tudo em função da felicidade do povo, em função da satisfação das necessidade de todo o povo venezuelano".
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