Como temos comentado no blog (dentre outros posts, aqui e aqui), os canalhas da OTAN têm reiteradamente criado tensionamento no Leste europeu, reeditando a guerra fria. No texto abaixo, extraído aqui, é dito abertamente como os imperialistas pretendem "cercar" a Rússia, que, por mais que esteja distante do Estado Operário soviético do passado, se mantém como instância alternativa e dona de sua própria agenda, sem submissão aos ditames de Washington.
Neste cenário, nós da Frente Comunista dos Trabalhadores temos convocado a Frente Única Anti-imperialista, conforme nossa resolução política de 03/ 05/ 15 (aqui). E denunciamos, como traidora, a esquerda pequeno-burguesa que, diante de tal acirramento -que tem implicações severíssimas para o proletariado mundial- fica "em cima do muro", recusando-se a ombrear contra o imperialismo estadunidense (que indubitavelmente é a maior nêmesis dos povos do planeta na atualidade). Isso quando tal "esquerda" não se muda de mala e cuia para o lado do imperialismo, como fazem os morenistas ao solicitar sua ajuda militar contra Assad na Síria (aqui).
Na agenda da OTAN voltou a discussão, pela primeira vez desde a Guerra Fria, sobre a estratégia nuclear da Rússia, escreve o Welt am Sonntag.
No meio da próxima semana os ministros da Defesa dos países da OTAN se reunirão em Bruxelas para debater um documento secreto preparado pelo comando da aliança.
"Estamos profundamente preocupados por as armas nucleares terem um papel importante na nova estratégia da Rússia", escreve a edição, citando um "alto diplomata da OTAN".
A aliança militar ocidental pretende analisar cuidadosamente as potencialidades reais da capacidade nuclear de Moscou. O motivo foi a declaração de Vladimir Putin de que a Rússia vai em breve adicionar ao seu arsenal 40 novos mísseis balísticos intercontinentais, capazes de superar até mesmo o sistema de defesa de mísseis mais avançado, nota o jornal.
Na reunião em Bruxelas, os ministros da Defesa da OTAN vão discutir como tornar ainda mais eficaz a sua Força de Reação Rápida. A unidade especial Spearhead Force (Ponta de Lança), pode ser ativada em 48 horas mas agora as decisões políticas passam a ser tomadas ainda em menos tempo. O número de efetivos da Força de Reação Rápida será aumentado pelo menos para o dobro — até 30 mil homens.
Anteriormente foi relatado que a OTAN considera a possibilidade de colocar equipamento militar pesado na Polônia, Romênia, Letônia, Lituânia, Bulgária e Estônia. Na semana passada a agência americana Associated Press informou que a administração dos EUA está considerando a possibilidade de instalação de mísseis nucleares na Europa em resposta às supostas violações do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) por parte da Rússia. O ministro do Exterior britânico, Philip Hammond, disse que a Grã-Bretanha está novamente pronta a colocar mísseis nucleares norte-americanos tendo em conta os crescentes “perigos”.
Depois disso, o presidente russo Vladimir Putin, em entrevista ao jornal italiano Il Corriere della Sera, disse que Moscou não adota uma postura de conflito — todas as ações da Rússia são somente em resposta a ameaças. Nesta sexta-feira a Rússia colocou suas divisões de mísseis em Kamchatka em alerta máximo para exercícios militares na costa do Pacífico.