sábado, 5 de setembro de 2020

Espaço Marxista (2015-2020)

Detalhe de "Detroit Industry", Diego Rivera (1932-33).

J. Tejo

Este blog nasceu em fevereiro de 2015, sob os influxos do dificílimo segundo turno entre PT e PSDB na eleição presidencial do ano anterior. Entendi, como sigo entendendo, que deixar de emblocar com o campo petista naquele momento seria um erro de consequências fatais, quiçá literalmente. Afinal, em torno do PSDB se agrupavam as forças que futuramente impulsionariam o bolsonarismo, uma ampla frente envolvendo o que há de mais reacionário no espectro político brasileiro— do Clube Militar (denunciando a "sovietização" do país!) aos integralistas, passando pelo fundamentalismo cristão, todos vitaminados pelo histrionismo anti-esquerda e anti-movimentos sociais que marcou Junho de 2013. Naquele contexto, portanto, diferentemente dos anos anteriores — quando o PT dominava com tranquilidade e enfrentava uma direita menos raivosa, e portanto era possível votar nulo para delimitar posição — era imperioso assegurar a continuidade do PT (na ausência evidente de uma opção real à esquerda) e, assim, impedir ou retardar o ascenso ao poder da extrema-direita. Essa conjuntura foi o pano de fundo de minha ruptura com o PCB, onde militei desde janeiro de 2006. Dando um giro de 180º em relação aos anos anteriores, o partido adotou um ultra-esquerdismo "nem nem" que veio em péssima hora. Essa foi a gota d'água em um processo que já vinha sendo amadurecido, conforme narrei no texto Sobre meu rompimento com o PCB.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

O massacre dos povos originários não é novidade


José Tagus
do Espaço Marxista

Nos últimos dias a imprensa tem repercutido a notícia dos ataques de garimpeiros à comunidade Wajãpi, no Amapá. Uma milícia de cerca de cinquenta indivíduos armados invadiu as terras indígenas, ocupou aldeias e assassinou lideranças, como o velho cacique de 68 anos Emyra Waiãpi. A mídia internacional tem repercutido os acontecimentos, engrossando o caldo do espanto mundial com a catastrófica política ambiental do governo bolsonarista, que prontamente tentou minimizar ou mesmo negar o episódio.

O massacre dos povos originários não é novidade: remonta há meio milênio, quando os europeus aqui desembarcaram. "A barbárie veio da Europa", disse Bartolomeo de las Casas perante o próprio Carlos V, em passagem citada por Roger Garaudy em seu livro "Rumo a uma guerra santa?". Não quero aqui romantizar os tempos pré-colombianos com suas guerras tribais e costumes que feriam nossas suscetibilidades "civilizadas", mas a tecnologia de morte e de destruição trazida pelos europeus foi coisa inaudita em terras americanas. Do Alasca à Patagônia impérios foram subjugados e outrora orgulhosas nações reduzidas a um estado de semi-mendicância em "reservas", alienadas cada vez mais de sua história, cultura, linguagem e tradições.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

O medo virou luta


No dia 14 de fevereiro de 2018 o jovem Pedro Gonzaga, de 19 anos, foi estrangulado até a morte diante de testemunhas em uma filial do "Extra" na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, pelo segurança do supermercado David Ricardo Moreira.

O grotesco episódio, cujo chocante vídeo circulou amplamente pela internet, é uma amostra do trato do capitalismo com a vida humana. Na barbárie capitalista a vida nada significa, podendo ser descartada facilmente sem o menor escrúpulo, principalmente em se tratando da defesa de interesses empresariais. Veja-se, por exemplo, a orientação à polícia feita pelo recém-eleito governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, para "abater" suspeitos, como se estivesse falando de gado e não de seres humanos (nem gado!), ou o absoluto descaso da Vale do Rio Doce com as vítimas da queda de suas barragens. Como se não bastasse, há o fortíssimo racismo institucionalizado: a agressão covarde não decerto teria ocorrido se o jovem Pedro fosse loiro de olhos azuis.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Mulheres na luta contra o fascismo


Joyce Oliveira
militante vegana e feminista
(texto e fotos)

O ato Mulheres Unidas Contra Bolsonaro em Bragança Paulista-SP em 30/ 09 foi um sucesso!! Há muito não se via um manifesto tão grande na cidade que é regida pelo coronelismo e impera as famílias que têm grande poder aquisitivo! Saímos às ruas para lutar com amor e coragem contra o fascismo e o horror. 

sábado, 29 de setembro de 2018

O #elenão é uma luta permanente


Roberta Affonso
professora da rede municipal 
do Rio de Janeiro
(texto e fotos)

Rio de Janeiro, 29/9, Cinelândia. Foi aqui o ponto de encontro da manifestação "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro" iniciada no Facebook.

As forças mais sombrias e reacionárias nos apontam a união como única estratégia de luta possível. Não é clichê... Realmente somos mais fortes quando estamos juntos. Na Cinelândia estavam presentes todas as legendas partidárias, sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais das mais variadas vertentes, militantes independentes, todos no combate ao ideário primitivesco que assola a cidade, o país, o mundo. Podemos muito! Que possamos continuar essa luta, pois são muitas as trincheiras.

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