O texto abaixo, extraído aqui, trata do chamado mundo multipolar que vai se desenhando, tendo à frente os BRICS e, principalmente, Rússia e China. Tal multipolaridade contraria os interesses do imperialismo (isto é, EUA e União Europeia), pois significa seu enfraquecimento e/ou perda de dominação e influência política, econômica e militar.
Mesmo que tal multipolaridade se dê em marcos estritamente capitalistas, não apontando para uma ruptura com a ordem econômica mundial, ainda assim se trata de uma movimentação amplamente progressista. Nosso critério é de classe; para nós, é bom aquilo que for bom para a classe trabalhadora. Nesse sentido, apenas o esquerdismo infantil mais crasso vai considerar preferível para os trabalhadores do mundo uma realidade onde Washington e a OTAN sejam o poder hegemônico, em detrimento de outra realidade global onde haja agentes alternativos e dissonantes, desempenhando papel de resistência contra tais pretensões absolutistas. Nesse enfrentamento de campos há tensões e contradições que devem ser utilizadas pela classe trabalhadora em seu benefício, arrancando mais e mais conquistas e direitos, ainda nos marcos do capitalismo, e acumulando e reorganizando forças na perspectiva revolucionária rumo ao socialismo.