domingo, 30 de abril de 2017

28 de Abril: trabalhadores nas ruas contra os ataques do governo golpista


Coletivo Espaço Marxista

Nesta sexta, dia 28, a massa trabalhadora brasileira ocupou as ruas, realizando a primeira greve geral após quase duas décadas. Os protestos, que ganharam ampla repercussão na mídia internacional (apesar de canalhamente minimizada pela grande imprensa de direita, aliada de Temer), com piquetes e bloqueios de estradas em todo o país, mobilizaram inúmeras categorias, como bancários, portuários, comerciários, petroleiros e profissionais da educação, dentre outros. Mostrando o seu caráter de massa, a greve foi convocada por um amplo espectro, das centrais aos movimentos sociais, passando por setores progressistas da sociedade civil e das igrejas católica e evangélica.

O motivo por trás dessas mobilizações operárias e populares são as criminosas reformas trabalhista e previdenciária que a quadrilha do presidente golpista, Michel Temer, quer aplicar no país. Tais bandidos, apoiados pelo grande capital internacional e pela grande mídia, querem impor uma agenda de retrocesso nos direitos dos trabalhadores brasileiros. Como se pode ver no teor da reforma, sob o mentiroso discurso de "modernização" das relações trabalhistas está na verdade a retirada cabal de direitos, dentro da ótica neoliberal mais perversa. O mesmo se dá com a reforma da previdência (que, é preciso denunciar, teve seus capítulos já no início do primeiro mandato de Lula), que traz o aumento do tempo de contribuição e da idade mínima para aposentadoria, ou seja, o aumento do tempo de exploração do capital sobre o trabalhador brasileiro. Mas "o povo não é bobo" e ocupou as ruas neste dia 28/ 04, apesar de que tal greve deveria ter sido convocada para bem desde antes, em nossa avaliação.

Evidentemente as quadrilhas no poder não poderiam admitir passivamente que os trabalhadores ocupassem as ruas, e mobilizaram todo o aparato policial para reprimir os atos. Em todos os lugares os manifestantes foram atacados brutalmente pelos cães de guarda das elites, como em Santos-SP, onde o Espaço Marxista tem militantes e amigos, e no Rio de Janeiro, com bombas de efeito moral sendo lançadas no palanque onde as centrais realizavam comício. Em Goiânia-GO um manifestante está internado em estado grave, após uma agressão policial. Mas nem todo esse terrorismo de Estado foi suficiente para tirar o espírito de luta dos trabalhadores, e em São Paulo inclusive houve marcha rumo ao endereço do golpista Temer.

A greve geral de 28/ 04 deve ser apenas o início. Não podemos nos dar por satisfeitos. Pelo contrário, é preciso multiplicar as greves, piquetes, manifestações, bloqueios, enfim, todas as ferramentas que a classe trabalhadora historicamente tem à disposição, para que assim consigamos barrar essas nefastas reformas e forçar a queda do governo golpista. Dentro desse espírito, é preciso impedir que tais manifestações sirvam apenas de "palanque eleitoral" visando as eleições de 2018 e sejam oportunisticamente instrumentalizadas. Como dizia a I Internacional de Marx, "a libertação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores", e isso não é possível dentro dos marcos da institucionalidade burguesa.

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