terça-feira, 22 de novembro de 2016

O calamitoso estado do Rio Grande do Sul e a luta a ser travada


Coletivo Espaço Marxista

Desde julho de 2015 os servidores do Executivo do Rio Grande do Sul ficam apreensivos cada vez que pensam em seu salário. Não bastasse a defasagem acumulada desde 2012 e o gigantesco crescimento da inflação que corroem os bolsos dos servidores, o governo Sartori vem frequentemente parcelando os salários, mesmo com o Estado arrecadando mais do que gasta, como pode ser observado no Portal da Transparência.

Não se contentando com o desaforo do parcelamento dos salários e a falta de consideração com os servidores que sequer recebem um comunicado oficial sobre como e quando irão receber, tendo que buscarem informações nos canais de mídia (com esses o governo conversa), frequentemente o governador ainda debocha dos servidores (como faz desde a campanha eleitoral, quando debochou da maior luta dos professores com o governo anterior, que era o pagamento do piso salarial) declarando que devem contentar-se com o pagamento parcelado, porque se trabalhassem na indústria já estariam desempregados.

Aplicando a velha lógica neoliberal, que sempre aponta como solução para as contas públicas a entrega de patrimônio público para um determinado grupo de empresários ganhar dinheiro em detrimento da população, o governo quer  privatizar estatais e passar imóveis  públicos para especuladores e grupos empresariais a troco de banana, como é o caso do prédio da Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos - FDRH que vai ser trocado com o Grupo Zaffari pela construção de um presídio. Ora, por que trocar um prédio público com um grupo empresarial, quando só em um prédio na mesma cidade o governo paga R$ 173 mil por mês em aluguel (informação disponível no Portal da Transparência referente ao prédio onde funciona a FEPAM em Porto Alegre)?

Nessa segunda-feira (21/11), o governo Sartori apresentou um pacote de medidas ao qual batizou de "refundação do Estado", mas na verdade trata-se de uma reafundação do Estado, tal qual o mesmo partido que está no comando, o PMDB, fez 20 anos atrás, quando o governo Antônio Britto (do qual Sartori era líder na Assembléia Legislativa) enterrou o Estado e criou a maioria das dificuldades pelas quais o Rio Grande vem passando, principalmente a tão famosa dívida. Dentre as medidas apresentadas nesse pacote o governo propõe a extinção de 9 fundações ligadas à ciência e tecnologia, pesquisa em saúde e agropecuária, cultura e outras áreas; privatização de companhias superavitárias; demissão de servidores celetistas; retirada de direitos de servidores, aumento de contribuição previdenciária, alterações no calendário de pagamento de salários; e mais uma série de maldades. Um tremendo horror!

Mas, apesar de muito dura a situação dos servidores do Rio Grande do Sul, essa é apenas uma das agressões contra os servidores e o serviço público. Em alinhamento com as políticas praticadas por Sartori no governo estadual, temos as políticas do ilegítimo Michel Temer no governo federal, propondo e promovendo uma série de ataques aos trabalhadores, em que, aumento da idade para aposentadorias, previdência privada para novos servidores, congelamento de investimentos públicos e terceirização de serviços públicos são apenas alguns exemplos. Ataques muito graves estão sendo direcionados também ao SUS e à educação pública, visando a piora daquilo que já não funciona corretamente e prejudicando ainda mais os trabalhadores.

O quadro apresentado mostra que, mais do que nunca, o momento é de união dos trabalhadores e que de nada adianta os servidores do Rio Grande do Sul combaterem apenas o governo Sartori se o governo federal está praticando as mesmas políticas. Por isso, os servidores do Rio Grande do Sul devem unir-se aos demais trabalhadores brasileiros e lutarem contra qualquer ataque direcionado à classe trabalhadora, sendo a greve geral uma grande ferramenta para começar a resistência.

Trabalhadores do Brasil e do mundo, uni-vos!
Greve geral já!
Nenhum direito a menos!
Fora Temer, fora Sartori!
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