terça-feira, 13 de setembro de 2016

Sobre a queda de Eduardo Cunha


Coletivo Espaço Marxista

Na noite desta segunda-feira, 12 de setembro, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, teve mandato e direitos políticos cassados, por quebra de decoro parlamentar e em razão da enormidade de escândalos envolvendo seu nome. Outrora todo-poderoso, o mafioso deputado -devidamente tachado de “gângster” por Glauber Rocha (PSOL), na sessão que autorizou a abertura do processo de impeachment em abril- foi abandonado inclusive pelos aliados do chamado “baixo clero”, tendo sofrido uma derrota acachapante: 450 votos pela cassação, diante de 10 contra e 9 abstenções.

O desmoralizado e reacionário parlamento burguês é marcado pelo compadrio, pela disputa de interesses, oportunismo e fisiologismo. Eduardo Cunha, que com tanta desenvoltura “brilhou” nesse mar de lama, foi derrubado no mesmo jogo nefasto. Tendo cumprido a tarefa de limpar o caminho para a derrocada do governo Dilma, com a abertura do processo de impeachment, pôde agora tranquilamente ser descartado pelos sinistros interesses que arquitetam, alinhados a Washington, o desmanche do que resta de direitos sociais e trabalhistas no país. Cunha, mais sujo que pau de galinheiro, se tornou um aliado incômodo que deveria ser riscado do mapa o quanto antes, para que ainda se pudesse utilizar o discurso hipócrita e demagógico do combate à corrupção.

Desde o início temos alertado: nunca se tratou de combater a corrupção. A ofensiva em todas as frentes, contra o governo do PT, foi movida pela direita mais reacionária com o intuito de aplicar a agenda neoliberal em grau máximo, com a velocidade e profundidade que o PT nunca conseguiria aplicar. Daí a necessidade de afastar um governo “de esquerda”, como o petista (que apesar de tudo possui ainda influência junto aos movimentos populares e sindicais), para colocar em seu lugar o programa tucano, explicitamente de direita, entreguista, privatista e submisso ao imperialismo norteamericano.

Nesse cenário, convocamos todo o campo popular, de esquerda e progressista, para que, em frente única, possamos resistir a essa ofensiva reacionária.
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