quarta-feira, 20 de abril de 2016

Por um mundo multipolar para a classe trabalhadora


O texto abaixo, extraído aqui, trata do chamado mundo multipolar que vai se desenhando, tendo à frente os BRICS e, principalmente, Rússia e China. Tal multipolaridade contraria os interesses do imperialismo (isto é, EUA e União Europeia), pois significa seu enfraquecimento e/ou perda de dominação e influência política, econômica e militar.

Mesmo que tal multipolaridade se dê em marcos estritamente capitalistas, não apontando para uma ruptura com a ordem econômica mundial, ainda assim se trata de uma movimentação amplamente progressista. Nosso critério é de classe; para nós, é bom aquilo que for bom para a classe trabalhadora. Nesse sentido, apenas o esquerdismo infantil mais crasso vai considerar preferível para os trabalhadores do mundo uma realidade onde Washington e a OTAN sejam o poder hegemônico, em detrimento de outra realidade global onde haja agentes alternativos e dissonantes, desempenhando papel de resistência contra tais pretensões absolutistas. Nesse enfrentamento de campos há tensões e contradições que devem ser utilizadas pela classe trabalhadora em seu benefício, arrancando mais e mais conquistas e direitos, ainda nos marcos do capitalismo, e acumulando e reorganizando forças na perspectiva revolucionária rumo ao socialismo.

Em vista disso, sem abrir mão da denúncia, da crítica e da manutenção de nosso próprio programa, reivindicamos nossa presença no "eixo do mal" dos adversários do imperialismo e seus satélites. Portanto ombreamos com os BRICS, o Eixo Bolivariano e a luta de resistência de Latinoamérica y el Caribe, os movimentos do nacionalismo burguês que mesmo ainda na segunda década do século XXI desempenham papel progressista, como na Síria assadista e na Palestina, inclusive de matiz religioso -Hamas e Hezbollah, por exemplo-, Irã e os Estados Operários de Cuba e Coreia do Norte, evidentemente- em suma, todos aqueles que têm o desplante de caminhar com as próprias pernas e buscar seus próprios rumos, atraindo para si o ódio do reacionarismo imperial.

Rússia, China e Índia estão criando um mundo multipolar que incomoda neoconservadores

A reunião dos ministros das Relações Exteriores da Rússia, Índia e China em Moscou sugere progressiva aproximação entre os três países. No entanto, esta união parece agitar neoconservadores americanos e japoneses, de acordo com o ex-diplomata chinês Wang Yusheng.

No entanto, de acordo com o diplomata, citado pela publicação online Global Times, esses receieos são anormais e sem fundamento, porque, na realidade, a parceria estratégica de Moscou, Nova Deli e Pequim só vai beneficiar o mundo multipolar.

A parceria estratégica entre estes três países veio à tona em 1998 pelo então primeiro-ministro russo, Yevgeny Primakov. No entanto, muitos não compartilharam seu ponto de vista, considerando-o impossível e não lhe dando muita importância.

No entanto, sua idéia desempenhou um papel bastante importante e, gradualmente, de reunião e reunião, esses laços têm evoluído e se expandido.

Por muitos anos, o mundo inteiro olhou favoravelmente para a parceria entre a Rússia, Índia e a China, o que reforça um sistema multipolar e contribui para a estabilidade na região e em todo o mundo, relatou o Global Times.

A publicação ainda destaca que a Rússia, Índia e China são os maiores países do mundo em termos de população e PIB, notando que a Rússia herdou o poder da União Soviética e não perdeu seu status de superpotência.

A Índia, tradicionalmente, prefere não aderir a quaisquer alianças e a China adere à independência na diplomacia com ambos os países avançando a um ritmo impressionante no crescimento econômico.

"Por isso, todos os três países têm uma credibilidade bastante alta no cenário mundial e é bastante óbvio que eles estão fazendo uma contribuição importante para o mundo multipolar", diz o diplomata.

Todos estes fatores são um motivo de preocupação para os Estados Unidos. Estes países estariam em uma "encruzilhada estratégica" para os EUA.

Wang Yusheng ainda observa que a China pode resistir à "americanização"; a Rússia, cujo presidente não seguiu os passos de seus antecessores e não vai em direção ao ocidente; e até mesmo a Índia, que, para os EUA e Japão, seria um membro ideal na “OTAN asiática", mas não quis tornar-se parte do bloco.

"Se os EUA jogassem de lado seus pontos de vista da Guerra Fria, iriam perceber que Moscou, Nova Deli e China estão prosseguindo a sua cooperação em conformidade com o apelo da nova época. Esta é uma relação muito positiva e saudável, que é benéfica para o desenvolvimento de todo o mundo", disse Yusheng.

"Se todos estes neoconservadores estão tão preocupados com a felicidade da humanidade, por que não eles mesmo não tentam se juntar a essas fileiras?", concluiu o diplomata.


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